No Século XX, um grupo de amigos fundou Amigos de Babette que foi crescendo e tomando corpo com o passar dos anos. Parte desse grupo inicial começou a se reunir novamente em 2019, já no século seguinte. Esse blog é dedicado a esses veteranos Amigos de Babette e ao Reencontro de Babette.
Foi em 1987 quando , na TV Globo, fiz uma viagem a negócios a Belo Horizonte.
Quando terminavam as reuniões, era comum que saíssemos para jantar e eu, sempre curioso, queria conhecer os restaurantes novos da cidade.
O diretor da região, grande amigo e mentor, Yves Alves, me disse: – Hoje vai ser diferente, como sei que você adora brincar de cozinheiro, vou te levar num lugar especial! Uma confraria…
Chegamos em uma casa onde havia logo na entrada umas quatro pessoas batendo papo, fui apresentado a eles e depois fiquei sabendo que eram um dentista, um engenheiro e, se não me engano dois pecuaristas; havia ao lado uma mesa redonda, grande e já posta.
Ao fundo uma cozinha onde estava outro grupo, uns seis ou sete, que estavam cozinhando.
O Yves logo me apresenta a um ortopedista, que estava no fogão cuidando de uma galinha ao molho pardo, perto dele, a um publicitário que havia nos convidado para o jantar. Havia ainda duas pessoas fazendo uma musse de chocolate e outras as voltas com um ceviche.
Nesse momento, comecei a me interessar em entender melhor a tal confraria.
Era composta de homens das mais variadas atividades mas que tinham em comum a paixão pela gastronomia.
O jantar era feito por três confrades um fazia a entrada, outro o prato principal e o terceiro cuidava da sobremesa. E claro todo mundo participando, ajudando sempre sob o comando do responsável.
O jantar foi fantástico não só pelo carinho com que os pratos eram feitos, mas pelas histórias como a que me lembro bem sobre a mousse de chocolate servida na sobremesa. – Havia um posto de gasolina no caminho para Tiradentes cujo restaurante servia uma mousse de chocolates que era tida pelos convivas do grupo como algo diferente, especial. Já tinha sido testadas varias receitas, variações e nada saia igual aquela maravilha.
Tinham tentado pedir a receita mas a dona do restaurante dizia que era um segredo da avó e que não divulgaria.
Bem, o fato é que naquela noite o responsável pela sobremesa disse ter conseguido a receita, subornando uma ajudante da cozinha (não entrou em detalhes!), e fez a mousse!
Contei a história para o José Luiz Franchinni, meu super companheiro de anos na Globo, e resolvemos chamar o Chico Prado, o Raul Pinto e o Pisti Wessel para discutir a fundação dos Amigos de Babette.
Daí pra frente só alegria! Chegamos a ser 25 sócios e colocamos aqui neste livro as nossas receitas preferidas.
A propósito, não comi a mousse do posto de gasolina mas a do jantar estava sensacional e a história foi melhor ainda!!
to be continued…